17 de agosto de 2019

Capitão América e a Mudança


Todos nós passamos por mudanças em nossas vidas. Seja na puberdade ou na velhice, seja quando você troca rock por jazz ou um(a) namorado(a) por outro(a). Sempre acontece. Algumas vezes é bom e algumas vezes é ruim, depende da pessoa. No caso de Capitão América da série da Marvel Studios, a mudança foi em escala cósmica, mas ele nunca se esqueceu de sua missão.

Nascido no Brooklyn e crescendo no período entre guerras em um país afundado em crise, Steve Rogers, rapaz magro e fraquinho, tinha um bom coração. Quando encurralado por um valentão num beco, se não fosse por seu amigo Bucky, resistiria até o último golpe do adversário.

E então veio a guerra.

Steve chamou a atenção de Abraham Erskine, cientista alemão que fugiu do regime nazista e que agora trabalhava em um projeto do governo para criar um super soldado. Antes de sua transformação em Capitão América, Erskine disse ao jovem Steve:

Aconteça o que acontecer amanhã, você continuará sendo não um grande soldado, mas um bom homem
Rogers respondia:

Eu não gosto de valentões, não me importo de onde vêm
E então Steve se tornou o primeiro Vingador. Pela Europa ele enfrentava os mesmo inimigos que ouvia a falar a respeito em casa: nazistas. Mas então ele ficou sabendo de ameaças muito maiores (HYDRA) e até da existência de outros mundos.

Ele acabou sendo congelado até 2011. E era um mundo novo quando acordou. Logo ele acabou sendo recrutado pelos Vingadores e pela primeira vez lutou contra alienígenas. Os inimigos foram de alemães para seres de outros planetas. As coisas tinha mudado em 70 anos!

Mas o maior choque veio com a revelação de que a SHIELD, que Steve tanto respeitava como um bastião de ordem e justiça, era na verdade interna e secretamente controlada por agentes da HYDRA. O seu adversário original ainda existia, e o Capitão viu como tudo que ele acreditava podia ser só um ilusão. E ficou pior com o ressurgimento de Bucky, agora o Soldado Invernal, um velho amigo agora lutando contra Steve. Inversão, os bonzinhos eram os maus e não havia em quem confiar.

E então a sua última aventura mostrou que até entre aqueles poucos em quem Steve havia depositado sua confiança ele encontrou oposição. Os eventos de Guerra Civil mostraram como o passado escondia segredos e como mesmo contra o mundo ele não deveria esquecer das palavras de Erskine.

O que a trilogia nos contra? A história de um homem que descobre um mundo cheio de muitos problemas, mas que mesmo com todas as adversidades ele nunca desiste. Em Guerra Infinita o Capitão tenta parar o soco de Thanos, muito mais forte do que ele. E em Ultimato, durante a batalha final quando ele é derrubado e tem seu escudo partido, Steve ainda caminha em direção ao exército inimigo, determinado a enfrentá-los.

Mas o arco do personagem mostra também que não importa quem seja, as mudanças sempre terão algum impacto. Mesmo Steve é afetado. No final do filme, em sua viagem para devolver as Jóias, ele decide voltar para nos anos 40 para viver a com Peggy, a mulher que sempre amou mas que perdeu pois o tempo havia mudado.

Mudanças podem ser ruins ou boas. Mudanças sociais doem, por muito tempo a ideia de um negro livre era loucura. Muitos se opuseram à mudança desse cenário, assim como no caso dos direitos das mulheres e dos homossexuais. Mudanças doem, mas algumas vezes são necessárias. Mas o importante, como sempre, é manter um bom coração, como o Doutor Erskine falou. Para Steve Rogers foram necessárias para que ele mudasse sua visão, e ele ainda conseguiu salvar o mundo. Talvez seja o que nós todos precisemos, mudar nossa visão.

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