11 de agosto de 2019

Carnificina

A minha mão tremia. A faca que eu segurava, antes reluzente, agora tinha sua lâmina coberta de vermelho. Eu já tinha dado a primeira facada e estava nervoso, não tinha forças para continuar. Era a primeira vez que eu fazia aquilo.

Ao meu lado, minha namorada. Tirei os olhos da faca e os pus nela. Seus olhos brilhavam, um brilho ímpar, mas no fundo havia alegria. Estava feliz por mim. 

- Continua. - ela disse.

O suor descia pelo meu rosto. Na minha frente estavam meus amigos. Que situação estranha. Meu camaradas Rodrigo e Paulo estavam lá e Marcos também. 

Todos aguardavam o próximo golpe, todos ansiosos em me ver cortando aquele corpo gordo e macio em cima da mesa como um açougueiro que estilhaça uma perna de porco.

Desci a arma branca lentamente. A lâmina entrava, o fluído vermelho jorrava, o cheiro era único, um cheiro que todos ali apreciaram.

Então, eu coloquei aquele pedaço num pequeno prato que estava ali perto e o levantei.

- Feliz aniversário! - todos disseram.

Eu nunca quis uma festa surpresa.

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