O público era menos de meia
duzia. Os que ainda assistiam queriam fugir o quanto antes daquela
cena. Afinal, quem queria ver dois bêbados brigarem?
E por que a luta havia
começado? Ninguém sabia dizer. Alguém que estava no bar se lembra
de ter visto o Zé Ferreira falando umas coisas que deixaram Sérgio
zangado. Em um estante estava em posição de combate.
- Alguém pára essa briga! -
uma pessoa gritou.
- Não! Deixa eles brigarem!
- outro respondeu.
O primeiro golpe foi de Zé
Ferreira, o mais ágil. Acertou Sérgio no queixo, derrubando ele.
Parecia que a luta já tinha acabado, mas Sérgio se levantou,
cambaleando.
- Seu... miserável... -
disse, mal conseguia terminar a frase. Sentia mais dor de cabeça por
conta da cachaça do que dores.
Sérgio partiu para cima
como um touro. Tentou acertar o oponente com um soco no meio dos
olhos mas errou a mira e golpeou o peito. Zé Ferreira, homem duro,
cambaleou e não caiu. Zé aproveitou a proximidade para dar dois
socos certeiros no estômago de Sérgio que gemeu de dor (agora sim,
dor de briga e não de cachaça). Caiu no chão. Zé Ferreira ainda
aplicou chutes no rosto do pobre coitado que jazia no chão, mas logo
foi interrompido pelo público satisfeito.
O dono do bar apareceu e foi
logo gritando para parar com aquilo tudo. Zé Ferreira saiu bêbado
pelas ruas a cambalear, triunfando e olhando para trás para garantir
que o nocauteado ainda estivesse no chão.
Sérgio não sabia onde pôr
as mãos. Pensou em uma cachaça. E dormiu.
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